Os chefes da extrema direita incendiária vão escapar de novo?

Por Moisés Mendes no seu Blog Já há um candidato ao título de Fátima de Tubarão dos incendiários. Lucas Vieira de Lima foi preso em Bom Jardim, Goiás, e confessou que ateou fogo em áreas de terra da região por “questões políticas”. Lucas já tem o álibi de que é doente mental e não soube dizer direito […]

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Por Moisés Mendes no seu Blog

Já há um candidato ao título de Fátima de Tubarão dos incendiários. Lucas Vieira de Lima foi preso em Bom Jardim, Goiás, e confessou que ateou fogo em áreas de terra da região por “questões políticas”.

Lucas já tem o álibi de que é doente mental e não soube dizer direito qual teria sido a motivação política. Fátima de Tubarão, com total controle da sua mente, falante e articulada, gravou vídeo no 8 de janeiro dizendo que iria derrubar Alexandre de Moraes.

Por que Lucas pode vir a ser uma Fátima de Tubarão? Porque figuras comuns e aparentemente avulsas, como ele e ela, podem formar, como aconteceu na invasão de Brasília, grupos mobilizados para provocar caos e desordem.

E, no fim, podem continuar parecendo avulsas, mesmo que a Justiça diga que não são. E bem no fim, quando o Judiciário se manifesta, só eles e elas, os manezinhos e as Fátimas, acabam sendo condenados.

Em Brasília, juntaram-se mais de 5 mil na invasão, e estavam todos ali, no mesmo espaço, destruindo e gravando vídeos no Planalto, no Supremo e no Congresso. Nas queimadas, eles estão escondidos e dispersos, criando focos de fogaréus mas nem tão perto uns dos outros.

É improvável, na invasão e nas queimadas, que patriotas do 8 de janeiro e incendiários dos canaviais tenham tido a mesma ideia, no mesmo momento, sem ninguém para juntá-los e planejar e financiar suas ações.

É impossível que o acaso tenha multiplicado por 10 os incêndios em São Paulo nessa época. Não é apressado quem concluir que incendiários e patriotas são aparentados. E que os incêndios são parte dos esforços para rearticulação do fascismo.

Assim como não são avulsos com cada um lutando por si os 48 presos no 8 de janeiro que disputam algum cargo político nas eleições municipais. Eles têm suporte de partidos e fazem parte de mais uma tentativa de vitimização e organização dos que se acham perseguidos por Alexandre de Moraes.

Entre os 48 candidatos, 14 usam o ‘sobrenome’ Patriota, com P maiúsculo, para reafirmar a condição com que se identificaram em bloqueios de estradas, em acampamentos e na depredação de Brasília.

Um dos que foram presos e usam o apelido de patriota é candidato a prefeito de Itajaí, a cidade catarinense com o maior núcleo de acampados golpistas do país, no entorno de quartéis, depois da eleição. O Rio Grande do Sul tem três candidatas às Câmaras Municipais que usam o sobrenome Patriota.

A afronta dos patriotas ao sistema de Justiça se junta a afrontadores que voltam a atacar o STF, como Silas Malafaia, Monark, Marcos Do Val, Glenn Greenwald e Eduardo Girão. E como outros afrontadores que não são vistos por quem só olha para as capitais, mas reproduzem em pequenas cidades a mesma agressividade dos que falam, durante a campanha eleitoral, em nome do bolsonarismo.

A extrema direita pôs as unhas de fora de novo porque seus líderes continuam impunes e à vontade e se dedicam aos preparativos para a aglomeração de 7 de setembro organizada por Malafaia.

Os incendiários são os patriotas do agro que se juntam aos patriotas das cidades para anunciar de novo que não temem polícia, Ministério Público e Judiciário.

Podemos nos preparar para uma situação em que teremos versões de Fátimas de Ribeirão Preto, com prisões e até condenações, mas sem o julgamento dos seus líderes e financiadores. Sempre sobra para as Fátimas e os manés.