Quadro Orixás volta a ser exibido no Palácio do Planalto no dia em que o presidente sancionou o dia que homenageia religiões afrobrasileiras

Mais um passo em direção à desconstrução do obscurantismo bolsonarista foi dado nesta semana. A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, anunciou, durante a posse da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que a obra Orixás, da artista plástica Djanira Motta e Silva (1914-1979) retornará ao Salão Nobre da sede da Presidência da República depois de ter sido […]

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Mais um passo em direção à desconstrução do obscurantismo bolsonarista foi dado nesta semana. A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, anunciou, durante a posse da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que a obra Orixás, da artista plástica Djanira Motta e Silva (1914-1979) retornará ao Salão Nobre da sede da Presidência da República depois de ter sido retirada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Havia um furo feito de caneta na tela. Mas vai voltar ao local que pertence, o Palácio do Planalto. Vai estar numa exposição agora em janeiro, mas vai voltar. Aliás, faremos todo o trabalho de recomposição do acervo, vamos tratar isso com muito carinho”, explicou Janja sobre a obra datada dos anos 1960.

Conforme noticiado, não ficou totalmente clara a motivação para a retirada da obra, mas é amplamente sabido que o obscurantismo e a intolerância religiosa foram marcantes durante o governo Bolsonaro.

orixas palacio do planalto 6 presidenciaFoto: Roberto Stuckert Filho/PR

Além disso, conforme noticiado pela Folha de S.Paulo, ainda em 2018, após a eleição de Bolsonaro, a ex-primeira-dama, Michelle, que é evangélica, havia mandado guardar obras e imagens sacras, ou seja, pode ter sido por motivação religiosa a retirada da obra, que retrata divindades de matriz africana.

O quadro Orixás volta ao Palácio do Planalto no mesmo dia em que o  presidente da República, Luiz Inácio Lula da Sila, sancionou a Lei 14.519/23, que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado anualmente no dia 21 de março.
A última votação da proposta (PL 2053/22) pela Câmara dos Deputados foi em dezembro do no passado.

Inicialmente projeto, do deputado Vicentinho (PT-SP), previa a celebração em 30 de setembro. A nova data, 21 de março, foi proposta pelo Senado, e coincide com o marco escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para, anualmente, instalar uma rede intercontinental de conscientização pelo Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A data foi escolhida pela ONU em 1966 em memória às 69 vítimas do massacre de Sharpeville, bairro negro da África do Sul.

Ao apresentar a proposta Vicentinho destacou que Candomblé foi bastante marginalizado. “Inicialmente proibida e considerada como ato criminoso, a prática do Candomblé chegou a ser impedida por vários governos, sendo seus adeptos perseguidos e presos pela polícia”, afirmou.

 

Com agências