Presidente do MDB afirma que partido deixou a administração da Capital porque prefeito preferiu trazer de fora do Estado auxiliares indicados pelo Repubicanos, partido que é o braço político da Igreja Universal do Reino de Deus
Assim como ocorreu no Rio de Janeiro, onde o ex-prefeito Marcelo Crivela (Republicanos) seguia a orientação do Bispo Edir Macedo, autoridade maior da Igreja Universal do Reino de Deus, em Goiânia, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) segue a orientação da igreja, em detrimento daqueles que o apoiaram na campanha. Esta é a constatação feita por Daniel Vilela, presidente estadual do MDB, que ontem anunciou o rompimento da legenda com o prefeito.
Em uma carta aberta à população de Goiás, Daniel Viela afirma que o prefeito fechou as portas ao diálogo e teria informado que qualquer assunto relacionado à prefeitura precisaria ser tratado com o presidente do Republicanos do Distrito Federal ou com o presidente nacional da legenda, que em Brasília apoia o governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Não era esse o combinado. O combinado era a defesa de um projeto muito bem construído e escolhido pelos goianienses. Infelizmente, o prefeito busca outro rumo e interrompe um diálogo conosco. A realidade é que quem está comandando hoje a prefeitura de Goiânia é a direção nacional do Republicanos, a partir de nomes de fora de Goiás indicados por eles para funções estratégicas na administração”, alegou Vilela.
Durante as eleições de 2020, o pai de Daniel Vilela, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, foi indicado pelo MDB para a sucessão do prefeito Iris Rezende (MDB). Em meio a negociações, foi indicado como candidato a vice-prefeito o vereador Rogério Cruz, que estava no seu segundo mandato na Câmara de Goiânia. No final do segundo turno ambos foram contaminados pelo covid-19. Rogério Cruz se recuperou, porém Maguito Vilela veio a falecer dias após tomar posse como prefeito da Capital.
Rogério Cruz tomou posse com o secretariado indicado por Maguito Vilela, à sua maioria composto por homens e mulheres experientes, como Euler Morais e Murilo Ulhôa, que sempre acompanharam Maguito nas suas administrações no governo do Estado e na prefeitura de Aparecida de Goiânia. Também foram mantidos secretários nomes ligados ao ex-prefeito Iris Rezende, como Aristóteles de Paula, que presidia a Comurg, Zilma Peixoto (ex-secretária de Planejamento), Marcelo Peixoto (Educação) e Alessandro Melo (Finanças).
No início do mês de março o prefeito Rogério Cruz iniciou processo de troca de secretários, começando por Andrey Azeredo (Secretaria de Governo), Tot (Artistóteles) na Comurg, Marcelo na Educação e Zilma, que estava na Amma (Agência Municipal de Meio Ambiente). Estas mudanças ascenderam o sinal de alerta no MDB. Daniel informa que procurou várias vezes o prefeito, seja por meio de ligações telefônicas ou mensagens, mas alega que não foi atendido. A falta de diálogo, a continuidade nas demissões de secretários indicados por Maguito, e finalmente a vinda dos forasteiros para o Paço Municipal – Arthur Bernardes (ex-secretário de Justiça e Cidadania do DF) foram a gota d´água para o rompimento dos emedebistas com o prefeito de Goiânia.
Com a decisão de Daniel, 14 secretários entregaram ontem suas respectivas cartas de demissão. Em sua defesa o prefeito Rogério Cruz diz que não rompeu com o MDB e que a decisão de deixar a prefeitura foi de Daniel, a quem acusou de ingerência na sua administração. Cruz adianta que vários vereadores do MDB estão apoiando sua gestão e que mantem relação de confiança com os vereadores do partido e de outras agremiações, com os quais espera construir a sua base de apoio.
Em uma carta aberta à sociedade, o presidente estadual do partido afirma que o prefeito fechou as portas ao diálogo e teria informado que qualquer assunto relacionado à prefeitura precisaria ser tratado com o presidente do Republicanos do Distrito Federal ou com o presidente nacional da legenda.
“Não era esse o combinado. O combinado era a defesa de um projeto muito bem construído e escolhido pelos goianienses. Infelizmente, o prefeito busca outro rumo e interrompe um diálogo conosco. A realidade é que quem está comandando hoje a prefeitura de Goiânia é a direção nacional do Republicanos, a partir de nomes de fora de Goiás indicados por eles para funções estratégicas na administração”, alegou Vilela.
Secretários que pediram demissão:
Agenor Mariano, secretário de Planejamento Urbano e Habitação;
Alessandro Melo, secretário de Finanças;
Pedro Chaves, secretário de Mobilidade;
Euler de Morais, secretário de Relações Institucionais;
Murilo Ulhôa, presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos;
José Frederico, secretário de Prioridades Estratégicas;
Carlos Júnior, secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa;
Leandro Vilela, secretário extraordinário;
Gean Carvalho, secretário-executivo de Assuntos Estratégicos;
Célio Campos, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia;
Filemon Pereira, secretário de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas;
Colemar Moura, controlador-geral do Município;
Antônio Flávio, procurador-geral do Município;
Kléber Adorno, secretário de Cultura.