No Pantanal, os materiais particulados produzidos pelas queimadas, conhecidos como aerossóis, podem aumentar a dispersão da radiação solar em até 86% durante a estação seca, entre os meses de julho e outubro, mostra estudo da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) em colaboração com o Instituto de Física (IF) da USP.
Entre 2017 e 2019, os pesquisadores mediram a quantidade dos aerossóis e sua capacidade de absorver e espalhar os raios solares. Eles alertam que essas emissões podem interferir nas relações entre a fauna e a flora da região. As conclusões do trabalho são relatadas em artigo da revista científica Atmospheric Pollution Research, publicado na edição de maio.
De acordo com os pesquisadores, a principal consequência do aumento de dispersão é a alteração no fluxo de raios solares na superfície da região. Essa mudança pode influir tanto na quantidade de carbono na atmosfera, com possíveis reflexos na temperatura local, quanto na quantidade de água liberada pelas plantas e que evapora do solo, o que está relacionado com a formação de nuvens. No entanto, os cientistas apontam que a extensão total desses efeitos no clima do Pantanal será verificada em novas pesquisas.