Secretário de Defesa dos Estados Unidos defende a democracia no Brasil

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, discursou nesta terça (26), em defesa da democracia e do Estado democrático de Direito, durante a 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas, que acontece esta semana em Brasília. “Os nossos países não estão ligados apenas pela geografia. Também somos atraídos pelos interesses e valores […]

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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, discursou nesta terça (26), em defesa da democracia e do Estado democrático de Direito, durante a 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas, que acontece esta semana em Brasília.

“Os nossos países não estão ligados apenas pela geografia. Também somos atraídos pelos interesses e valores em comum, pelo nosso profundo respeito pelos direitos humanos e pela dignidade humana, pelo nosso compromisso com o Estado de Direito e por nossa devoção à democracia”, disse Austin, que é general reformado.

O secretário do democrata Joe Biden também afirmou que as Forças Armadas devem estar sob “firme controle civil”.

“Uma discussão confiável exige forças militares e de segurança que estejam prontas, capazes e sob firme controle civil. E exige que os Ministérios da Defesa atendam seus cidadãos de forma transparente e sem corrupção”, afirmou o americano durante discurso de cerca de oito minutos.

A declaração foi dada em meio a repercussão do encontro de Jair Bolsonaro (PL) com diplomatas estrangeiros, em que – mais uma vez – atacou o processo eleitoral e o Judiciário brasileiro.

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Secretário Lloyd Austin (no centro da foto) dá outro recado sobre democracia a Bolsonaro

Compromisso com a democracia

O ministro da Defesa de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, também esteve presente na Conferência nesta terça e afirmou que o governo brasileiro respeita a Carta Democrática Interamericana.

“Da parte do Brasil, manifesto respeito à carta da Organização dos Estados Americanos, OEA, e a carta Democrática Interamericana, e seus valores, princípios e mecanismos”, afirmou o ministro.

Lloyd Austin é porta-voz de mais um claro recado do governo de Joe Biden ao de Jair Bolsonaro. Sobretudo depois das ameaças golpistas pelo reiteradas pelo governante brasileiro, em evento com embaixadores na semana passada.

A própria Embaixada dos EUA no Brasil, em resposta a Bolsonaro, afirmou em nota que o processo eleitoral brasileiro é exemplo para outros países. E que, portanto, as eleições brasileiras “servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”. O Departamento de Estado norte-americano, importante setor governamental dos EUA, também se manifestou. Por meio do porta-voz Ned Price, repetiu que o sistema eleitoral brasileiro é “modelo” para o mundo.

General Paulo Sérgio

Considerado anfitrião da conferência em Brasília, até sexta-feira (29), o ministro da Defesa brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira, disse em seu discurso que respeita a Carta Democrática Interamericana. “Da parte do Brasil, manifesto respeito à carta da Organização dos Estados Americanos, OEA, e a carta Democrática Interamericana, e seus valores, princípios e mecanismos”, afirmou.

Segundo a Carta “os povos da América têm direito à democracia e seus governos têm a obrigação de promovê-la e defendê-la”.

Declaração de Brasília

Na quinta-feira (28) os ministros de Defesa e equivalentes e chefes de delegações participantes da conferência assinarão a Declaração de Brasília, na qual os signatários reafirmam o “compromisso de respeitar plenamente a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA), assim como a Carta Democrática Interamericana e seus valores, princípios e mecanismos”.

O artigo 9º da Carta da OEA prevê que “um membro da Organização, cujo governo democraticamente constituído seja deposto pela força, poderá ser suspenso do exercício do direito de participação nas sessões da Assembléia Geral”.

Com informações do Jornal GGN e da RBA