Lula escolheu Minas Gerais, terra da Inconfidência, para mandar uma mensagem a todo o Brasil, na noite desta quinta-feira (18): “Nós estamos de volta para fazer uma nova independência deste país. Uma nova independência que garanta dignidade, respeito e harmonia do nosso povo”.
Ao lado se seu companheiro de chapa, Geraldo Alckmin (PSB), e dos candidatos a governador Alexandre Kalil (PSD) e vice-governador André Quintão (PT), Lula explicou à multidão que lotou a Praça da Estação, em Belo Horizonte, seus motivos para querer presidir o Brasil mais uma vez (assista ao discurso no vídeo abaixo).
“Eu estou voltando porque acredito no povo brasileiro e porque sei que não vou estar sozinho. É o povo que vai recuperar este país. É o povo que vai consolidar a democracia”, disse em determinado momento.
Adiante, acrescentou: “Sou candidato para provar que este país tem jeito. Que um trabalhador metalúrgico vai, junto com o povo brasileiro, recuperar a nossa decência, a nossa dignidade.”
E garantiu fazer um governo que ouça e cuide dos mais frágeis. “Nós precisamos voltar. E, quando digo nós, é porque não serei nada se vocês não estiverem comigo. O Palácio do Planalto vai receber sem-teto, negros e negras, indígenas, desempregados, pessoas com deficiência, vai receber a totalidade do povo brasileiro, para que a gente possa recuperar o humanismo neste país.”
Retomar os investimentos
Lula lembrou que quando se tornou presidente em 2003, a inflação estava em 12%, o desemprego em 10% e o Brasil devia ao FMI. Ele pagou o FMI, reduziu a inflação para menos de 5% e começou um processo que gerou, até 2014, 21 milhões de empregos.
“Governo bom não é quele que fala ‘ah, eu tenho dinheiro em caixa’. Nós não queremos dinheiro em caixa, nós queremos dinheiro revertido em saúde, em educação, em transporte coletivo, em infraestrutura”, disse, explicando como melhorou o país no passado e como vai melhorá-lo de novo.
Novamente no governo, Lula vai retomar investimentos na saúde e na educação e criar empregos e oportunidades para a juventude da periferia. E fará isso usando os bancos públicos para investir no país e não para apenas emprestar dinheiro para os ricos.
“Vamos recuperar a indústria brasileira, e a Petrobras não será privatizada. O Banco do Brasil não será privatizado e a Caixa Econômica não será privatizada. O BNDES não será privatizado. Esses bancos públicos estarão a serviço do desenvolvimento deste país. E os Correios também não serão privatizados”, prometeu.
Para isso, o primeiro passo é trocar o presidente, lembrou. “Estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada mentalmente, desestruturada do ponto de vista psicológico, que acha que a polícia tem que matar e não prender, que acha que tem vender armas e não livros, que acha que tem que estimular o ódio e não o amor. É exatamente o contrário do que nós queremos”, ressaltou.
Religião
Perguntado sobre as mentiras que tentam colocar fiéis de igrejas evangélicas contra ele, Lula disse, nesta quarta-feira (17), que respeita todas as religiões e que, se voltar a ser presidente, vai defender o direito de todos os brasileiros praticarem a própria fé.
“Sou candidato do povo brasileiro. Eu quero tratar evangélicos igual católicos, islâmicos, judaicos. Eu quero tratar todas as religiões, inclusive as religiões de matriz africana, com o respeito que todas as religiões devem ser tratadas”, disse, em entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais.
Lula disse ainda que não vai estimular rivalidade entre religiões. “A religião é para a gente cuidar da fé, da nossa espiritualidade, e não para fazer política. Por isso eu não estou preocupado em ter um discurso para os evangélicos, um discurso para os católicos ou um discurso para qualquer outra religião… Quero ter um discurso para o povo brasileiro, independentemente de religião”, explicou.
O ex-presidente afirmou ainda que sua missão é melhorar a vida de todo o povo brasileiro, de qualquer religião. “As pessoas precisam voltar a comer carne, a comer frango, ninguém quer viver só de pele, de pescoço ou de osso. Vou cuidar dos evangélicos, dos católicos, de todos, com o maior carinho. Eu não faço campanha religiosa. Eu faço campanha política respeitando a religião.”
É mentira que Lula vai fechar igrejas
Neste início de campanha, mensagens mentirosas têm afirmado que Lula teria a intenção de fechar igrejas evangélicas. Mas a verdade é que Lula respeita todas as religiões e quando foi presidente não perseguiu ninguém. Inclusive, foi ele que assinou a lei que garante a liberdade religiosa e de culto no Brasil.
eja abaixo o que Lula disse sobre religião: