Perseguida com compromisso e muito trabalho pelo governo do presidente Lula, a meta de que cada brasileiro possa fazer pelo menos três refeições ao dia tem encontrado, nos bons resultados da economia, um solo bastante fértil para se concretizar. Nos últimos seis meses, as sucessivas quedas dos preços dos alimentos – resultantes, principalmente, do aumento da produção no campo e da redução dos custos do produtor rural – fizeram desabar os índices de inflação.
Um dos levantamentos mais recentes sobre a inflação foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele mostra que, em junho, o Brasil registrou deflação de 0,08%, a primeira do ano. É também o menor índice para junho em seis anos. Além disso, a inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses é de 3,16%, uma situação bem melhor que a de um ano atrás, quanto o IPCA de 12 meses era de 11,89%.
Mais uma vez, conforme os dados do IBGE, a queda dos preços do grupo Alimentação e Bebidas (-0,66%) contribuiu fortemente para a derrubada da inflação, com impacto de -0,14 p.p. no índice geral. Ela foi influenciada, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%). Destacam-se as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já a alimentação fora do domicílio (0,46%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,58%), em virtude das altas menos intensas do lanche (0,68%) e da refeição (0,35%).
Outro resultado importante foi divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE): o valor do conjunto de alimentos básicos diminuiu, entre maio e junho deste ano, em 10 das 17 capitais onde a instituição realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Segundo o DIEESE, as maiores quedas ocorreram em Goiânia (-5,04%), Brasília (-2,29%) e Vitória (-2,08%). Houve redução também em São Paulo (-1,11), Porto Alegre (-1,02%), Rio de Janeiro (-1,17), Curitiba (-0,37%), Fortaleza (-1,71%), Belém (-1,48%) e Belo Horizonte (-1,62%).
Alívio
A redução dos preços dos alimentos é um alívio para o bolso da maioria dos brasileiros. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva mostra que as famílias da classe C, com rendimentos mensais entre R$ 5,2 mil e R$ 13 mil, gastam, em média, um terço da renda com alimentação. O percentual cai para 13,2% entre as famílias da classe B, com rendimento de R$ 13 mil a R$ 26 mil.
Já as das classes D e E, que ganham entre R$ 1,3 mil e R$ 5,2 mil, destinam mais da metade do dinheiro recebido mensalmente (50,7%) para a compra de alimentos.
Redução de custos
Os dados sobre a inflação apontam também queda dos preços dos combustíveis, o que se reflete no valor de diversos itens consumidos pela população. No caso da alimentação, por exemplo, essa redução alivia os custos do pequeno, do médio e do grande produtor rural, principalmente com a logística de escoamento dos produtos. O resultado são preços mais baixos nas prateleiras.
Segundo o IBGE, o resultado dos combustíveis, em junho, foi de -1,85%, com as quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). Esse declínio se deve, em grande parte, à decisão da Petrobras de encerrar a subordinação obrigatória ao preço de paridade de importação.
Promessas cumpridas
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), ressaltou, em entrevista ao Jornal PT Brasil, que esses resultados demonstram o cumprimento de promessas do presidente Lula no campo da economia popular.
“A inflação começou a baixar. Isso porque teve uma medida muito firme em relação à Petrobras. Nós mudamos a política de preços da Petrobras. Deixou de ser dolarizada. Agora, o custo da gasolina, do diesel, enfim, do gás de cozinha é feito com base também em referência aos preços nacionais da Petrobras. Isso foi muito importante, e teve um impacto muito grande na questão da inflação”, disse Gleisi. “Então eu acho que nós avançamos muito, e eu não tenho dúvida de que o presidente Lula cumpriu com quase todos os seus compromissos de campanha no que diz respeito à economia popular e a vida do povo. A carne voltou a baixar, os alimentos começaram a baixar, a gente vê outra realidade no país”.
Tarifa zero para a cesta básica
Até o fim do ano, a expectativa é que os preços dos alimentos caiam ainda mais, sobretudo em razão da reforma tributária, já aprovada na Câmara dos Deputados e que deve ser votada pelo senado ainda neste semestre.
O texto traz uma das maiores vitórias alcançadas pela classe trabalhadora ao definir imposto zero para produtos da cesta básica. Ele prevê a definição de uma lista de produtos na composição da Cesta Básica Nacional, que terá alíquota zero de impostos federais, estaduais e municipais — atualmente, a cesta é livre apenas de impostos federais.
Com isso, a previsão é que o preço dos alimentos mais consumidos pelas famílias, como arroz, feijão, mandioca e outros, que já vêm caindo de preço, fiquem ainda mais baratos.