Lula diz que Catar tem papel central para fim do conflito no Oriente Médio

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou nesta quinta-feira (30/11), da sessão de abertura do Fórum Econômico Brasil – Catar, em Doha, e defendeu o papel diplomático do país árabe na mediação dos conflitos no Oriente Médio, além de ser um interlocutor-chave em diversos temas de amplitude regional e global. “Neste momento, […]

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou nesta quinta-feira (30/11), da sessão de abertura do Fórum Econômico Brasil – Catar, em Doha, e defendeu o papel diplomático do país árabe na mediação dos conflitos no Oriente Médio, além de ser um interlocutor-chave em diversos temas de amplitude regional e global.

“Neste momento, em que a guerra volta a assolar o Oriente Médio, o Catar volta a desempenhar papel central em prol da paz no conflito Israel-Palestina”, afirmou.

Ao discursar, Lula saudou a mediação do Catar no acordo realizado entre Israel e Hamas para a libertação de reféns, lembrando a presença de mulheres e crianças entre eles.

A participação do presidente no Fórum foi seu primeiro compromisso em Doha, capital do Catar. Depois, aconteceu a tradicional cerimônia oficial de recepção de chefes de Estado e, em seguida, Lula participou de uma agenda ampliada e um encontro privado com o Emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani.

Relações bilaterais

Quanto à ampliação das relações e parcerias entre os dois países, Lula afirmou que a passagem por Doha abrirá portas e construirá pontes entre os dois países. Na avaliação do presidente, o Catar é uma das principais portas de entrada para negócios com o Oriente Médio, além de contar com um setor empresarial interessado em investir no Brasil.

“Os empresários brasileiros acreditam no potencial do Catar e no futuro de seus negócios. Esse interesse encontra respaldo na forte complementaridade entre nossas economias”, disse. Como exemplo de setores em que podem acontecer parcerias e acordos, o presidente mencionou a agricultura, infraestrutura e sustentabilidade.

Lula afirmou também que existe um amplo espaço para diversificar a pauta comercial com produtos de maior valor agregado. “Como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da EMBRAER – como o C-390 que me trouxe a Doha. O Brasil também está implementando medidas de facilitação de comércio como um sistema eletrônico de validação e assinatura de documentos para operações de comércio bilateral”, disse.

Para o presidente essa é a oportunidade para reduzir prazos e custos das transações comerciais entre o Brasil e o Catar.
Na quarta-feira (29/11), o presidente esteve em Riade, capital da Arábia Saudita. Também nesta quinta-feira, a comitiva do Governo Federal seguirá para os Emirados Árabes Unidos, sede da Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças Climáticas 2023 (COP 28), para participar da Cúpula do Clima.

 “Parto hoje para a COP-28, onde lançarei um chamado a ação e ambição no enfrentamento à crise climática. Estou certo de que o Catar também poderá ser um aliado importante nessa agenda. Mais do que fortalecer os laços de amizade que nos unem, acredito que Catar e Brasil podem atuar juntos em prol da paz e por um mundo mais justo, próspero e sustentável”, concluiu o presidente.

Acordo de comércio bilateral

Lula e Emir do Catar ajustam ampliação do comércio bilateral

 

Na sua visita ao Oriente Médio, o presidente Lula conversou com o  Emir do Catar sobre a ampliação do comércio bilateral. No encontro com o Xeque Tamim bin Hamad al-Thani, presidente brasileiro tratou de economia, geopolítica e da busca pela paz.

O líder do Catar aceitou convite do presidente Lula para uma visita ao Brasil em 2024 e para auxiliar na Presidência brasileira do G20, que tem início nesta sexta-feira . O presidente Lula comentou sobre as oportunidades de diversificação da pauta comercial com a inclusão de produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Embraer.

O Emir afirmou que há um déficit de líderes no mundo, e que os cataris ficaram muito felizes com a volta de Lula à Presidência da República, retorno visto como esperança tanto para o cenário das Américas quanto para o cenário internacional como um todo. O Emir transmitiu, ainda, uma saudação em nome do pai dele, Hamad bin Khalifa Al Thani.

Lula esteve acompanhado de uma comitiva de ministros, como Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além de representantes da Apex, da Petrobras e do BNDES.

HISTÓRICO – Os dois países completam 50 anos de relações diplomáticas em 2024. Uma história que remonta a 1974, três anos após a independência do Catar. O estreitamento dos vínculos bilaterais tem sido acompanhado pela realização periódica de reuniões de consultas políticas, a mais recente das quais —5ª edição — se realizou em outubro passado, em Brasília.

INVESTIMENTOS – O Catar tem uma carteira de investimentos diversificada no Brasil, com estoque de cerca de US$ 7 bilhões. No âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o Catar é o 5º principal investidor, com previsão de investimentos de até US$ 10 bilhões. Há perspectiva de aumento da captação de investimentos catarianos para o Brasil. Nos primeiros nove meses de 2023, o comércio bilateral totalizou mais de US$ 762 milhões. A proteína animal concentra a maior parte das vendas brasileiras ao Catar. As carnes de aves representam neste ano 48% do total exportado pelo Brasil ao país do Oriente Médio.

Por: Agência Gov