Nesta sexta-feira (8), a ONU divulgou o “Estudo Global Sobre Homicídios 2023”, revelando que o Brasil lidera o ranking de países com mais homicídios do mundo em números absolutos. Dos 458 mil homicídios registrados globalmente em 2021, ano de referência da pesquisa, 10,4% ocorreram no Brasil, onde foram registrados mais de 45 mil homicidios, seguido da Índia, com 41 mil. Veja ranking abaixo.
Ranking de países com mais homicídios em 2021
- Brasil – 45.562
- Índia – 41.330
- Mexico – 35.700
- Estados Unidos – 22.941
- Mianmar – 15.299
- Colômbia – 13.223
- Rússia – 9.866
- Paquistão – 9.068
- Turquia – 7.578
- Venezuela – 5.444
A situação se torna ainda mais alarmante ao considerar as taxas per capita: o Brasil apresenta uma taxa de 22,38 homicídios a cada 100 mil habitantes, quase quatro vezes mais do que a média global de 5,8 por 100 mil habitantes. A América Latina e o Caribe respondem por cerca de 27% dessas ocorrências, sendo identificada como a região mais violenta do mundo.
“A América Latina e o Caribe não só têm consistentemente a maior taxa de homicídios de todas as sub-regiões, como também obtiveram a maior proporção de homicídios relacionados com o crime organizado em todo o mundo em 2021”, afirmou o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), que elaborou o estudo.
A África registrou o maior número de homicídios, com 176 mil, ou seja, 12,7 casos de homicídio a cada 100 mil habitante. Já a região das Américas registrou em torno de 154 mil.
Perfil das vítimas
Embora 81% das vítimas de homicídio sejam homens, as mulheres têm maior probabilidade de serem mortas por familiares ou parceiros íntimos, representando 54% de todos os homicídios domésticos e 66% das vítimas por parceiros íntimos. Além disso, o estudo destaca que 40% dos homicídios ocorrem com o uso de armas de fogo, atingindo um alarmante índice de 75% nas Américas.
Outro dado preocupante é que, globalmente, 15% das vítimas (71.600) eram crianças.
Motivação
O ano de 2021 foi excepcionalmente letal, atribuído em parte às consequências econômicas da pandemia de covid-19. Além disso, o aumento do crime organizado e da violência sociopolítica e relacionada a gangues foi responsável por 22% dos casos em todo o mundo e 50% nas Américas.
Ghada Waly, diretora executiva do UNODC, ressaltou a complexidade dos fatores que impulsionam as mortes por homicídio e enfatizou a necessidade de políticas baseadas em evidências para abordar as causas fundamentais dessa violência. Desde 2000, aproximadamente 9,5 milhões de pessoas foram vítimas de homicídios em todo o mundo, superando as mortes por ataques terroristas (340 mil) e conflitos armados (1,5 milhões) combinadas.
“Todos os anos, testemunhamos a perda de milhares de vidas por homicídio, um lembrete sombrio de nosso fracasso coletivo em cumprir a promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de reduzir significativamente todas as formas de violência até 2030”, diz o relatório.
O estudo serve como um sombrio lembrete do desafio coletivo em cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de reduzir todas as formas de violência até 2030.
Com informações da ONU, agências e Portal Vermelho