Presidente Lula proferiu um discurso contundente, destacando a importância da união em defesa da democracia /Foto: Mario Agra-Câmara dos Deputados
Durante o evento ‘Democracia Inabalada‘, promovido na tarde desta segunda-feira (8) pelos presidentes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu um discurso contundente, destacando a importância da união em defesa da democracia e ressaltando que não há espaço para perdão quando se trata de atentar contra os pilares fundamentais do país.
Lula iniciou saudando todos os brasileiros e brasileiras que, superando divergências políticas, disseram “não” ao fascismo, enfatizando que somente na democracia as divergências podem coexistir com a paz. O presidente relembrou os eventos traumáticos de um ano atrás, quando uma tentativa de golpe de Estado, promovida por terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), ameaçou destruir não apenas patrimônio material, mas a própria essência da democracia brasileira.
“Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, muito mais do que vidraças, móveis, obras de arte e objetos históricos teriam sido roubados e destruídos. A vontade soberana do povo brasileiro expressa nas urnas teria sido roubada, e a democracia teria sido destruída”, afirmou Lula. “Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas.”
O presidente ressaltou a importância de responsabilizar exemplarmente todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe. Para Lula, a democracia não é um estado estático, mas algo que requer construção e cuidado diário.
“Salvamos a democracia. Mas a democracia nunca está pronta, precisa ser construída e cuidada todos os dias. A democracia é imperfeita, porque somos humanos, e, portanto, imperfeitos. Mas temos, todas e todos, o dever de unir esforços para aperfeiçoá-la”, destacou o presidente.
Lula também abordou a relação entre democracia e desigualdades, afirmando que não pode haver democracia plena enquanto persistirem disparidades socioeconômicas e de acesso a serviços públicos. Além disso, ressaltou a importância de regular as redes sociais para combater as mentiras, desinformação e discursos de ódio que, segundo ele, foram fundamentais para os eventos de 8 de janeiro.
“Não há democracia sem liberdade. Mas que ninguém confunda liberdade com permissão para atentar contra a democracia. Liberdade não é uma autorização para espalhar mentiras sobre as vacinas nas redes sociais, o que pode ter levado centenas de milhares de brasileiros à morte por Covid”, alertou Lula. “Nossa democracia estará sob constante ameaça enquanto não formos firmes na regulação das redes sociais.”
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