No Rio de Janeiro, 83% são a favor de proibir o uso de celulares nas escolas

Com a volta as aulas, educadores começam a levar para os pais e diretores de escolas a preocupação com a queda do rendimento dos alunos devido ao uso de celulares e tablets na sala de aula. No Rio de Janeiro, a secretaria Municipal de Educação  divulgou o resultado da consulta pública sobre a proibição de […]

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Com a volta as aulas, educadores começam a levar para os pais e diretores de escolas a preocupação com a queda do rendimento dos alunos devido ao uso de celulares e tablets na sala de aula. No Rio de Janeiro, a secretaria Municipal de Educação  divulgou o resultado da consulta pública sobre a proibição de celulares durante o horário escolar. Foram mais de 10 mil contribuições da população, sendo 83% de respostas a favor, 6% contrárias e 11% parcialmente favoráveis.ebcebc

A medida é um apoio à prefeitura, que estuda a extensão da proibição dos celulares em sala de aula, tomada em agosto do ano passado, para todos os ambientes escolares, incluindo intervalos entre aulas e recreio.

O secretário municipal de educação, Renan Ferreirinha, destacou a relevância do resultado.

“São números que mostram o grande interesse por essa discussão e o quanto a sociedade está consciente da importância e urgência que esse problema precisa ser enfrentado”.

O próximo passo da Secretaria é analisar todas as contribuições recebidas, consolidar os dados e definir as novas medidas a serem tomadas.

 

Proibição na Europa, EUA e Ásia

Um em cada quatro países do mundo proíbe ou tem políticas sobre o uso do celular em sala de aula, segundo estudo divulgado pela pela Unesco. Entre os que recentemente anunciaram a proibição estão Finlândia e Holanda. Estudos mostram impactos do smartphone na aprendizagem e na concentração dos estudantes, principalmente porque isso os distrai durante a aula.

“As notificações recebidas ou a mera proximidade do celular pode ser uma distração, fazendo com que os alunos percam a atenção da tarefa. O uso de smartphones nas salas de aula leva os alunos a se envolverem em atividades não relacionadas à escola, o que afeta a memória e a compreensão”, diz o Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023 da Unesco, intitulado “A tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?”.

O documento, que reúne evidências de pesquisas do mundo todo, expõe os benefícios da tecnologia na educação, mas faz também uma leitura crítica do uso não regulado e não moderado por educadores.

Segundo o texto, os smartphones foram banidos total ou parcialmente em México, Portugal, Espanha, Suíça, Estados Unidos Letônia, Escócia e em províncias do Canadá.

Na França, por exemplo, apesar da proibição, o aparelho pode ser usado por certos grupos de alunos, como os com deficiências, ou quando está claro o uso pedagógico.

Países asiáticos e africanos são os que mais têm leis sobre o assunto, como Uzbequistão, Guiné e Burkina Fasso. Em Bangladesh, nem os professores podem usar o aparelho em sala.

No Brasil, não há lei que proíba o uso de celulares. Escolas particulares têm regras próprias sobre o uso do aparelho e o permitem ou não, de acordo com a utilização e a idade do aluno.

Um projeto de 2015, ainda em análise na Câmara dos Deputados, proíbe “o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares e tablets, nas salas de aula da educação básica e superior de todo o país”.

De autoria do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), ele prevê que os aparelhos só serão permitidos “se integrarem as atividades didático-pedagógicas e forem autorizados pelos professores”.

O ministro da Educação, Camilo Santana, é um dos 18 ministros que devem participar do lançamento do relatório nesta quarta, no Uruguai. O documento ainda será detalhado no evento.

Veja os países que já baniram ou têm políticas sobre o uso de celular na escola:

• México
• Finlândia
• Holanda
• Portugal
• Espanha
• Suíça
• Estados Unidos
• Letônia
• Escócia
• Canadá
• França
• Uzbequistão
• Guiné
• Bangladesh

 

Com informações da Agência Brasil, Unesco e R7