Pressão ocidental entra na equação do BRICS?
“Em relação ao Brasil também sofremos algum tipo de pressão, mas que não possui muita efetividade em função do nosso governo nunca ter tido uma posição pró-Biden desde as últimas eleições dos EUA. Acredito que a posição brasileira foi correta: o conflito da Ucrânia é regional e foi transformado em global pela atuação dos EUA e da UE. A argumentação utilizada por Washington e Bruxelas é extremamente cínica: apoiam governos que violam os direitos humanos de maneira sistemática, como por exemplo, a Arábia Saudita e nunca pensaram em um bloqueio similar contra Riad”, criticou.
“É um atalho para o protagonismo brasileiro no cenário global ao lado de outros parceiros que terão papel importante no século XXI. Mesmo o governo de Jair Bolsonaro (PL), que iniciou com um discurso ambíguo contra o BRICS, mas foi obrigado a mudar sua posição diante dos fatos econômicos”, avaliou.
“Na minha concepção estamos vivendo grandes transformações sociais, políticas e econômicas que não passarão mais pelo mundo Euro-Atlântico”, afirmou ele.
Novo eixo econômico
“A Rússia com a sua retomada como player global no início do século XXI e compartilhando com os seus membros uma visão multipolar, a mesma da China, garante melhores posições nas discussões da agenda global. Estamos vivendo em um momento de transição global e o novo eixo econômico não será mais o mesmo dos últimos 200 anos. O Brasil deve se preparar para isso e o BRICS é a melhor forma para esperar essa mudança”, enfatizou.