Governo Lula quer que transição energética seja capaz de promover inclusão social no Brasil

As duas fontes principais que desafiam a transição são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento de regiões tropicais como a Amazônia RBA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, receberam nesta quarta-feira (31), o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih […]

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As duas fontes principais que desafiam a transição são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento de regiões tropicais como a Amazônia

O diretor-executivo da AIE ressaltou a importância da visão do Brasil na área de energia, que entende a transição energética como ferramenta para promoção de uma maior inclusão social. Tanto o governo brasileiro quanto a AIE consideram fundamental que a inclusão, bem como as condições dos países de renda mais baixa, seja considerada na agenda de transição energética.

O status do mercado internacional de energia e a posição de vantagem do Brasil em energias renováveis, como biocombustíveis, eólica e solar também foram debatidas.

O Brasil é membro associado da AIE, instituição que comemora 50 anos em 2024, desde 2017. Nos últimos anos, o governo brasileiro e a agência vêm intensificando a colaboração bilateral, especialmente em temas como transição energética justa, financiamento para a transição energética e bioenergia.

Neste ano, a agência participa como convidada do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas e da Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima do G20, sob presidência brasileira.

A AIE é uma das organizações mais respeitadas do mundo no setor energético. Suas publicações, como o “World Energy Outlook” e o “Net Zero by 2050”, são referência nos processos de tomada de decisão de governos e de empresas.

Desafios da transição

Várias fontes antropogênicas (produzidas pelo homem) contribuem para as emissões de gases de efeito estufa, que estão no alvo da transição energética. As duas fontes principais são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento de regiões tropicais como a Amazônia.

A queima de combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral e, especialmente, petróleo) ocorre principalmente pelo setor de produção de energia (termelétricas), industrial e de transporte (automóveis, ônibus, aviões, etc.).

Além disso, os reservatórios naturais de carbono e os sumidouros (ecossistemas com a capacidade de absorver CO2) também estão sendo afetados por ações antrópicas. No caso das florestas, as quais representam um importante estoque natural de carbono, o desmatamento e as queimadas estão contribuindo para o efeito estufa, uma vez que liberam o carbono armazenado na biomassa florestal para a atmosfera na forma de CO2.

Histórico

A concentração de CO2 na atmosfera começou a aumentar no final do século 18, quando se iniciou a revolução industrial, a qual demandou a utilização de grandes quantidades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia.

Desde então, a concentração atmosférica de CO2 passou de 280 p.p.m (partes por milhão) no ano de 1750 para 389,6 p.p.m em 2010, representando um incremento de aproximadamente 39%. Este acréscimo na concentração de CO2 implica no aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e, consequentemente, no aumento da temperatura do planeta.

Previsões preocupantes

As emissões de CO2 continuam a crescer e sua concentração na atmosfera até 2100 pode alcançar valores de 540 a 970 p.p.m, isto é, 90 a 250% acima do nível de 1750. A concentração de CO2 deve ser mantida abaixo de 400 p.p.m para que o aumento da temperatura global não ultrapasse os 2ºC (em relação aos níveis do período pré-industrial) evitando, assim, uma interferência perigosa no clima. Esta previsão de 540 a 970 p.p.m representa um cenário futuro muito preocupante para todos os seres vivos que habitam o planeta.

Entre as fontes de outros gases de efeito estufa podemos citar os fertilizantes utilizados na agricultura que liberam óxido nitroso (N2O), a produção e transporte de gás e petróleo, arrozais e os processos digestivos de ruminantes que emitem metano (CH4) e os condicionadores de ar e refrigeradores que emitem os clorofluorcarbonos (CFCs).

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As emissões de CO2 continuam a crescer e sua concentração na atmosfera até 2100 pode alcançar valores de 540 a 970 p.p.m, isto é, 90 a 250% acima do nível de 1750. A concentração de CO2 deve ser mantida entre 350-400 p.p.m para que o aumento da temperatura global não ultrapasse os 2ºC (em relação aos níveis do período pré-industrial) evitando, assim, uma interferência perigosa no clima. Esta previsão de 540 a 970 p.p.m representa um cenário futuro muito preocupante para todos os seres vivos que habitam o planeta.


Com informações do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)