Em Goiás 86% dos resíduos da construção civil são descartados de modo irregular, veja a forma correta de fazer

Em Goiás, 86% dos resíduos da construção civil são descartados de modo irregular, de acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Além dos impactos ambientais, o descarte incorreto pode causar acidentes e contribuir para a disseminação de doenças. O levantamento da Semad aponta que 52% dos resíduos da construção […]

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Em Goiás, 86% dos resíduos da construção civil são descartados de modo irregular, de acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Além dos impactos ambientais, o descarte incorreto pode causar acidentes e contribuir para a disseminação de doenças.

O levantamento da Semad aponta que 52% dos resíduos da construção vão para os lixões. Outros 21% são dispostos nos chamados “bota-foras”, que são encostas, corpos d’água ou lotes vagos, por exemplo. Cerca de 9% vão para aterros sanitários, 10% são usados na manutenção de estradas e/ou controle de erosão, 4% ficam em local específico para resíduos inertes e 4% em aterros controlados.

Entretanto, há iniciativas em Goiás para minimizar este problema ambiental. Um exemplo é o da Vega Incorporações, empresa com sede em Goiânia, que faz a coleta, separação dos resíduos e, muitas vezes, reutiliza os materiais por meio de um descarte sustentável.

“Todo nosso resíduo tem destinação, ou seja, nada vai para lixão”, diz Lorenna Matos, Gestora Ambiental da Renove, empresa que gerencia os resíduos da Vega. “Nós vamos até a obra, fazemos uma análise e conversamos com os responsáveis. Em seguida, emitimos um relatório inicial baseado em normas e legislações ambientais”, explica.

Posteriormente, são realizadas visitas mensais para verificar o acondicionamento dos materiais, o estado das baias de resíduos, a eficácia da sinalização e das práticas de educação ambiental, além de garantir o controle adequado da documentação dos receptores e transportadores de resíduos.

A Renove é especializada em coleta e segregação de resíduos. Eles são responsáveis por todo o processo, desde a gestão e transporte até a comprovação do descarte final, garantindo um descarte correto. Além disso, fornece assessoria mensal em questões relacionadas ao meio ambiente.

Descarte correto
Dentro da gestão de resíduos, que é todo esse caminho até o destino final, a Vega Incorporações utiliza um sistema nacional para emitir o Manifesto de Transporte. “Auxiliamos nesse cadastro, fazemos um treinamento, e por meio do próprio sistema, há o controle do receptor e do transportador, regularizando todo o transporte”, pontua Lorenna.

Ela explica que todos os resíduos só saem da obra após a emissão do documento. “Com isso, a gente tem uma rastreabilidade de toda geração de resíduos da obra, desde o início até o destinador final. Esses documentos são muito importantes para o habite-se da obra, documento importantíssimo que é solicitado pelos órgãos licenciadores”.

O descarte correto de resíduos sólidos na construção civil é fundamental para reduzir impactos ambientais negativos e promover a sustentabilidade não só na área, mas em todos os setores da sociedade.

Além da Vega Incorporações, outra iniciativa sustentável em Goiás é feita pela Brasal Incorporações.
“Implementamos a coleta seletiva com a separação dos resíduos na origem, devida sinalização nas Centrais de Resíduos e priorizamos o reaproveitamento dos resíduos, como acontece com a madeira que são utilizados na fabricação de proteções coletivas, lixeiras, suporte de bigbag e no próprio processo construtivo nas formas de lajes, vigas, etc”, explica Raphael Chaul, engenheiro de saúde, segurança e meio ambiente da Brasal.

De acordo com ele, mais de 70% dos resíduos são desviados do aterro, mas a cada obra a empresa se compromete a aumentar a taxa de reaproveitamento e reciclabilidade. “Foi criado um programa de coleta seletiva dos resíduos gerados na obra e um ecoponto, com um programa de logística reversa, para que os moradores do entorno possam descartar os resíduos eletrônicos, plásticos e óleos para que possam ter a destinação correta”, finaliza.

Dicas de descarte:

Separação dos resíduos

Os diferentes tipos de resíduos, como concreto, madeira, metal, plástico e materiais de isolamento, devem ser separados durante o processo de construção

Reutilização e reciclagem: Materiais que ainda estão em boas condições podem ser reutilizados em outras etapas da obra ou doados para projetos sociais. Além disso, os resíduos podem ser encaminhados para centros de reciclagem para serem processados e transformados em novos produtos.

Destinação adequada: Os resíduos que não podem ser reutilizados ou reciclados devem ser destinados a locais apropriados, como aterros sanitários licenciados, evitando assim a poluição do solo e da água. Abaixo algumas destinações dos resíduos:

As madeiras são reaproveitadas ao máximo na obra e, quando descartadas, são encaminhadas para a empresa especializada, que as tritura e destina a biomassa para a queima;

Classe A (entulho limpo): Triturado pela empresa Renove, que comercializa como agregado reciclado, voltando para a construção civil. É destinado a atividades não estruturais;

Recicláveis em geral (PVC, plástico, papelão, sacos de cimento, salva piso e outros): Doados para os Agentes Ambientais que os destinam para a indústria de Reciclagem;

Sucata Metálica: Destinada para usina siderúrgica e empregada na fabricação de novos produtos

Uso de caçambas e containers: Para facilitar o descarte correto, é importante utilizar caçambas e containers específicos para cada tipo de resíduo, devidamente identificados e localizados em áreas adequadas no canteiro de obras.

Educação ambiental: Promover a conscientização dos trabalhadores e colaboradores sobre a importância do descarte correto dos resíduos e incentivar boas práticas ambientais ao longo de todo o processo construtivo.

Crédito das fotos: Renove