Sócio-fundador da MRV, o empresário Rubens Menin afirmou, ndurante evento do Fórum Esfera, no Guarujá (SP), que as empresas privadas não terão capacidade de manter seus investimentos com a taxa de juros no patamar atual, caso isso se prolongue pelos próximos anos.
Menin participou de um painel que contou com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan; do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; e do empresário Wesley Batista, fundador da JB.
“O que eu noto é que os juros são necessários como em uma quimioterapia para curar uma doença: a gente não pode errar, nem para menos, nem para mais. Se errar para mais, a gente mata o paciente. Se errar para menos, não cura. Isso é extremamente delicado”, afirmou.
O empresário destacou aspectos positivos da economia brasileira, como a balança comercial superavitária, as reservas internacionais recorde e disse que a “economia real está funcionando”.
Menin fez um pleito direto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos: o país não vai aguenta viver com juro alto por muito mais tempo. E citou especificamente o juro real pago pelas NTN-Bs, títulos públicos indexados ao IPCA, que está acima de 6%.
“O juro é uma quimioterapia necessária, mas é preciso ter cuidado com a dose, se não matamos o paciente”, afirmou. “Temos uma balança comercial superavitária, reservas internacionais, a economia real está funcionando. Então a discussão que precisamos ter é por quanto tempo vamos aguentar um juro real de 6%”, afirmou.
O empresário dividiu o palco com o presidente do BC, Roberto Campos, durante painel em que foi discutido “O futuro da economia no Brasil”. Ele fez questão de enaltecer os benefícios de se ter um BC independente. Mas insistiu que o nível do juro real hoje é “assustador”.