Nesta terça-feira (29), foi realizada a mais recente rodada de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, em Istambul, na Turquia, com a participação do próprio presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
A Ucrânia apresentou uma proposta escrita para um eventual tratado de paz entre os dois países, de acordo com o chefe da equipe de negociação da Rússia, Vladimir Medinsky. Ele disse à imprensa após a reunião que a proposta ucraniana é “substantiva” e que será agora examinada pelo presidente Vladimir Putin. As negociações devem prosseguir nesta quarta (30).
De acordo com o site Russia Today (RT), um dos principais destaques da rodada, com “efeito prático imediato” das negociações, será a redução das atividades militares em alguns locais da Ucrânia. Foi enfatizada a proposta de a Rússia reduzir “dramaticamente” as operações perto das cidades de Chernigov e da capital, Kiev. “Não se trata de um cessar-fogo, mas sim de nosso objetivo de reduzir a escalada do conflito, pelo menos nessas áreas”, explicou Medinsky.
Em termos
O chefe da equipe de negociação da Ucrânia, David Arakhamia, afirmou que seu país quer uma garantia de segurança pela qual Rússia, Reino Unido, China, Estados Unidos e França (os membros do Conselho de Segurança da ONU) sejam uma espécie de fiadores, mas que também Turquia, Canadá, Itália, Polônia e Israel participassem desta garantia.
O chefe da negociação de Moscou destacou que não se obriga a adotar a redação ucraniana na versão final de qualquer tratado de paz.
Donetsk, Luhansk e Crimeia
Segundo Medinsky, Kiev se comprometeu ainda a não usar a força militar para restaurar sua soberania sobre as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. Porém, essa questão não está clara, pois a Ucrânia não declarou se desistiria dos territórios pró-russos que querem sua independência de Kiev.
Pelo contrário, Arakhamia, o chefe da delegação ucraniana, teria destacado que seu país quer a soberania sobre todo o território da Ucrânia na declaração de independência em 1991, dizendo que não poderia haver compromisso nesse ponto. .
Para a Rússia, a Crimeia (no sul ucraniano) é parte de seu território, cultural e historicamente. Kiev deve reconhecer essa condição. A Rússia anexou a Crimeia após o violento golpe que derrubou o presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovich em 2014.
Vladimir Putin anunciou unilateralmente, dias antes de invadir a Ucrânia, que reconhecia as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk – a leste – como estados soberanos e independentes de Kiev. A guerra civil nessa região já matou 14 mil pessoas.
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Com informações da RBA e do Rússia Today