Ex-secretário é acusado de sabotar segurança e colaborar com atos terroristas promovidos domingo por seguidores de Bolsonaro. Torres e Bolsonaro se encontraram na véspera, diz jornalista
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou hoje (10) a prisão do coronel Fábio Augusto Vieira, comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) responsável pela corporação durante os atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília neste domingo (8). Ele foi exonerado nesta segunda-feira (9) pelo interventor federal de Segurança no DF, Ricardo Cappelli. Também foi pedida a prisão do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres.
Agentes da Polícia Federal (PF) foram à casa do ex-ministro, no bairro Jardim Botânico, em Brasília, para cumprir mandados de busca e apreensão.
Fábio Vieira e Anderson Torres são acusados pela Advocacia-Geral da União (AGU) de omissão dolosa ante os atentados terroristas cometidos por bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).
Até o fechamento deste texto, ainda não se sabia se Torres já havia retornado de viagem – de férias – a Orlando, nos Estados Unidoss, mesma cidade onde está o ex-presidente Jair Bolsonaro. Caso não seja encontrado, a determinação é que ele seja detido, assim que chegar ao Brasil. O então secretário não estava na capital federal quando ocorreram os atos terroristas.

O coronel Fábio Augusto era responsável pelas operações que permitiram a entrada de terroristas na Praça dos Três Poderes
Omissão
Pela omissão diante da situação, Torres foi exonerado pelo então governador Ibaneis Rocha (MDB). Na sequência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a intervenção federal na Segurança Pública do DF. Ao mesmo tempo, a AGU acionou o STF solicitando a prisão em flagrante do ex-secretário.
Durante a madrugada de segunda-feira, o próprio Ibaneis foi afastado do cargo, por 90 dias, após determinação de Moraes. Mais tarde, o coronel Fábio Augusto Vieira foi exonerado pelo interventor federal nomeado, Ricardo Cappelli.
Antigos aliados de Bolsonaro teriam informado ao Palácio do Planalto que o ex-secretário Torres encontrou-se com o ex-presidente no sábado, em Orlando. Portanto, um dia antes do quebra-quebra bolsonarista nas sedes dos Três Poderes, em Brasília. A informação é do colunista Tales Faria, do UOL.
Sabotagem
Após a tentativa de golpe, Torres divulgou nota negando conivência com o terrorismo praticado pelos bolsonaristas e classificando-os como “barbárie”. “Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos”, escreveu em rede social.
Em entrevista à CNN nesta terça, Cappelli acusou o ex-secretário de sabotar a segurança da capital federal durante os atos criminosos. “Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, afirmou o interventor.
Com informações da RBA