Seleção feminina de handebol conquista o heptacampeonato consecutivo dos Jogos Pan-americanos

A seleção brasileira feminina de handebol construiu uma hegemonia impressionante no continente americano ao longo dos últimos 24 anos. Ao derrotar a Argentina por 30 a 18 neste domingo, dia 29, em Viña del Mar, no Chile, o Brasil conquistou a sétima medalha de ouro consecutiva dos Jogos Pan-americanos. Desde os Jogos de Winnipeg 99, […]

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A seleção brasileira feminina de handebol construiu uma hegemonia impressionante no continente americano ao longo dos últimos 24 anos. Ao derrotar a Argentina por 30 a 18 neste domingo, dia 29, em Viña del Mar, no Chile, o Brasil conquistou a sétima medalha de ouro consecutiva dos Jogos Pan-americanos. Desde os Jogos de Winnipeg 99, no século passado, a seleção feminina não dá chances às adversárias e só volta para casa após ouvir o Hino Nacional. O ouro em Santiago valeu a vaga para os Jogos Olímpicos Paris 2024.

Apesar do gol da ponta-direita Larissa aos 20 segundos, o Brasil iniciou a partida demonstrando ansiedade. Mas logo a central Ana Paula começou a buscar a armadora esquerda Bruna de Paula e as jogadas começaram a sair. A partir de um empate em 4 a 4, o Brasil abriu o placar para fechar o primeiro tempo em 17 a 6. No segundo tempo, o Brasil jogou solto, se divertiu e não parou de fazer gols. Placar final, 30 a 18.

“Acho que é muito importante ter essa mescla. Eu falo que as meninas novas que estão chegando são a alegria desse grupo. Eu sou um pouco mais velha, mais centrada. Elas são a brincadeira e eu, a seriedade. Até tive que aprender a dançar TikTok aos 36 anos. Uma performance maravilhosa, tudo pelo grupo (risos). Dá tranquilidade saber que estamos classificadas, mas já vamos começar a preparação para o Mundial e, depois, para os Jogos Olímpicos” contou a central Ana Paula, a mais experiente da equipe, com 36 anos, agora tetracampeã pan-americana com vitórias nos Jogos de Guadalajara 2011, Toronto 2015, Lima 2019 e Santiago.

Além de Ana Paula, a seleção tem sete jogadoras da campanha vencedora dos Jogos de Lima 2019. Entre elas o destaque do Brasil em Santiago, Bruna de Paula, de 27 anos. Bruna teve uma infância humilde em Campestre (MG), quando precisou ajudar a mãe no sustento da casa, participando da colheita de café, trabalhando em uma mecânica e vendendo picolé.

Deu certo! Hoje, além de bicampeã panamericana, Bruna se destaca no handebol europeu defendendo as cores do Györ, da Hungria, depois de seis anos em grandes equipes da França.

“É sempre uma honra representar o Brasil. Sabemos que os Jogos Pan-americanos são uma competição muito importante, conquistamos a vaga olímpica hoje, então é um prazer enorme fazer parte disso. Sabíamos que não tínhamos outro objetivo que não fosse a vaga olímpica e agora temos o Mundial, em dezembro, pela frente. Vamos passo a passo. Eu acredito muito nesse time”, disse Bruna.

Além da hegemonia continental, o Brasil celebra também uma série de vitórias nas finais em cima das rivais argentinas. Além de Santiago, a seleção feminina derrotou a Argentina em Santo Domingo 2003, Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019.

Antes da série de vitórias brasileiras nos Jogos Pan-americanos, as potências continentais eram Estados Unidos e Canadá, com Cuba completando o pódio. O Brasil evoluiu a partir de um planejamento detalhado, com melhores competições nacionais e intercâmbios internacionais. Em 2013, o Brasil viveu seu melhor momento com o título do Campeonato Mundial de Belgrado. A seleção brasileira foi a primeira das Américas a conquistar o Mundial feminino.

A participação brasileira em Santiago foi impecável. A equipe conquistou o título de maneira invicta. Pelo Grupo B da fase de classificação, o Brasil venceu o Paraguai por 27 a 15, o Uruguai por 28 a 9 e Cuba por 49 a 11. A semifinal disputada no sábado, foi encerrada precocemente pela chuva e as goteiras quando a o Brasil derrotava o Chile por 30 a 10. A final deste domingo sofreu um atraso de mais de três horas pelo mesmo motivo.

O Paraguai conquistou a medalha de bronze após derrotar o Chile por 23 a 20 antes da partida final.

Fonte: COB –  Foto: Rafael Bello/COB