O empresário da área musical Matheus Possebon estaria envolvido na organização criminosa. Ele seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes. Alexandre Pires teria recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Na página do artista na internet, Possebon aparece como responsável pelo “empresariamento”. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão no cruzeiro do cantor em Santos, litoral sul paulista.
Segundo a PF, a operação é desdobramento de outra ação, deflagrada em janeiro de 2022. Na ocasião, 30 toneladas de cassiterita extraída das terras Yanomami foram encontradas na sede de uma empresa investigada, onde o minério era preparado para envio ao exterior.
“Lavagem” de cassiterita
O inquérito indica que o esquema era voltado para “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente em Roraima, mas declarada como originária de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA). Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, informa ainda a corporação.
O grupo criminoso contava com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração. Laranjas eram usados para dar aspecto legal a movimentações fraudulentas.
A cassiterita (SnO2) é o principal minério de onde é extraído o estanho, metal maleável e cada vez mais utilizado na indústria. Resistente à ferrugem, é usado na solda a componentes eletrônicos e para revestir o interior de latas de alimentos. A tonelada de estanho custa aproximadamente US$ 27 mil no mercado internacional, o equivalente hoje a R$ 134 mil.
Só pra Contrariar

O cantor Alexandre Pires fundou em 1989 o grupo de pagode Só Pra Contrariar. Ele era vocalista e saiu do grupo mais de 10 anos depois, mas já era famoso.
Em junho, o antigo grupo anunciou nova turnê especial “de despedida”. As apresentações serão em 2024. A turnê passará por várias cidades, entre as quais São Paulo e Belo Horizonte, além de outras duas em Portugal.