Cercado pelos adversários, Bolsonaro repete o discurso contra o STF e é chamado de Pinóquio por Simone Tebet. E Ciro Gomes se nega a dizer se apoiaria Lula no segundo turno
A pergunta foi seguida por comentários do candidato do PDT que classificou a atuação de Bolsonaro como uma “intromissão”. “O problema é que as pessoas que estão na presidência nos últimos anos têm conta com a Justiça”, afirmou Ciro, numa referência aos processos envolvendo os filhos do chefe do Executivo e contra Lula.
O embate seguiu com críticas à gestão bolsonarista, quando Tebet foi chamada a responder sobre suas propostas para o eleitor que está passando fome. A candidata do MDB lembrou das declarações do presidente relativizando o drama social que atinge mais de 33 milhões de brasileiros. A senadora declarou que Bolsonaro seria hoje a representação do personagem “Pinóquio” ao rebater a defesa do mandatário sobre o Auxílio Brasil.
“De novo o nariz crescendo. Ele não queria pagar os R$ 600, nós no Congresso que exigimos. (…) Votou os R$ 600 agora, às vésperas da eleição, é um presidente insensível. (…) Ficamos em casa porque ele negou vacina, 45 dias de atraso. Eu vi o esquema de corrupção. É esse presidente insensível que virou as costas para o povo brasileiro que pede seu voto”, criticou.

Ciro se recusa a apoiar Lula no segundo turno
A candidata Soraya Thronicke (União Brasil) também centrou críticas ao presidente ao negar que tenha votado contra o orçamento secreto. “Quero dizer ao candidato Bolsonaro que não cutuque onça com a sua vara curta. Respeito. Primeiro que nós (Soraya e Tebet) não votamos da forma como vossa excelência disse”.

Contradição de Soraya
Em um dos questionamentos mais incisivos do debate, a colunista do portal Terra, Joice Berth, observou a candidata do União Brasil sobre como ela pretende lidar com a contradição de defender a mulher e apoiar a política de armamento, implantada por Bolsonaro, apontada como responsável por aumentar o número de feminicídios. Soraya, que diz defender os direitos das mulheres, não apresentou propostas concretas, falando apenas que “existem inúmeras medidas que possamos tomar para evitar que as mulheres sejam atacadas”.
A senadora propôs apenas “equalizar” e negou que seja a favor da “farra do armamento”. O presidenciável Felipe D’Ávila (Novo) também não foi direto em seu comentário sobre o tema. “Temos que dar oportunidade das mulheres saírem desse cárcere privado”, resumiu.
Considerações finais
O penúltimo confronto entre os candidatos à presidência da República foi finalizado com as conclusões de cada um. Simone, Ciro e Soraya miraram novamente Lula e Bolsonaro, afirmando que o “Brasil precisa de mudança”, segundo a senadora do MDB. “O povo está machucado com essa polarização entre Lula e Bolsonaro”, destacou o pedestista que disse ter sido “alertado” sobre a importância de ter “paciência”. “Quero pedir a Deus que ilumine minhas palavras”, apelou.
“Nesta reta final muito tem se falado em voto útil e quero falar e da utilidade do voto”, completou a senadora do União Brasil. O atual presidente dirigiu suas palvras finais aos eleitores mais pobres, fatia da população que prefere seu principal adversário. “A você que é pobre e passa necessidade, o meu governo paga o Auxílio Brasil de no mínimo R$ 600 para 21 milhões de famílias. Esse é o governo que tem olhar todo especial para os mais pobres, em especial o nosso Nordeste”.
Linha auxiliar de Bolsonaro durante o debate, o padre Kelmon (PTB), que não é padre, mas sim ligados aos setores conservadores do cristianismo, concluiu pedindo ao brasileiro “cristão, católico e evangélico que não permita a volta da esquerda ao poder”. O candidato do Novo repetiu o tema da corrupção disparando aos eleitores que escolham “se o Brasil vai se livrar da corrupção ou vai continuar sendo governado por corruptos”, finalizou.
Fonte: RBA