O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira que o general da reserva Walter Souza Braga Netto, preso por obstrução de Justiça no inquérito que investiga um plano de golpe de Estado, tem “todo o direito à presunção de inocência”. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, pouco antes de Lula receber alta médica.
“Sou paciente e democrata. Ele [Braga Netto] tem todo o direito à presunção de inocência. O que eu não tive, eu quero que eles tenham. Todo o direito e todo o respeito para que a lei seja cumprida”, destacou Lula, ressaltando que, caso as acusações contra o militar sejam comprovadas, ele deve ser punido severamente.
A prisão de Braga Netto ocorreu no domingo (15) e aponta o general como chefe de um grupo que teria articulado uma intervenção militar. Segundo a Polícia Federal, os golpistas se reuniram na residência de Braga Netto em 12 de novembro de 2022, onde elaboraram o documento conhecido como Copa 2022. O plano incluiria o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes e, em última instância, a possibilidade de eliminar Moraes, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“Não é possível aceitar o desrespeito à democracia, à Constituição, e admitir que, em um país generoso como o Brasil, tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente da República, de seu vice e do juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral”, declarou Lula.