Lula se vacina, mostra o cartão vacinal completo e pede que população acredite na ciência, na vacina e no SUS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou seu cartão de vacinação após receber a dose bivalente contra Covid-19 na segunda-feira (27). No documento, além da aplicação de hoje, constam as duas doses iniciais e a imunização de reforço recebida pelo presidente. O Governo Federal lançou na segunda-feira (27/2), por meio do Ministério da […]

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou seu cartão de vacinação após receber a dose bivalente contra Covid-19 na segunda-feira (27). No documento, além da aplicação de hoje, constam as duas doses iniciais e a imunização de reforço recebida pelo presidente.

O Governo Federal lançou na segunda-feira (27/2), por meio do Ministério da Saúde, o Movimento Nacional pela Vacinação com o propósito de retomar as altas coberturas vacinais do Brasil. Com a mensagem “Vacina é vida. Vacina é para todos”, a mobilização inclui vacinação contra a Covid-19 e outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação em várias etapas. A ação é uma das prioridades do governo brasileiro para a reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS), da confiança nas vacinas e da cultura de vacinação do país.

“Vamos trabalhar para que o Brasil volte a ter números satisfatórios de imunização e investir em saúde e proteção”, destacou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu a dose da vacina bivalente aplicada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

 

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O presidente Lula recebeu a dose de reforço do vice-presidente, o médico Geraldo Alckmin. Foto: Ricardo Stuckert/ PR

Os índices vacinais sofreram quedas drásticas nos últimos anos, agravadas com a falta de incentivo e campanhas do governo passado. Considerado um país pioneiro e uma referência internacional em campanhas de vacinação, o Brasil vem apresentando retrocessos nesse campo e praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta.

“Em 2015, o Brasil atingiu uma média de 95% de pessoas completamente imunizadas dentro do público-alvo de cada vacina do Programa de Imunizações, média que chegou a preocupantes 60,8% em 2021”, acrescentou Lula. “Depois de um triste período de negacionismo e descrença na nossa ciência, o governo federal e o Ministério da Saúde voltarão a cuidar do povo brasileiro”.

População apoia a vacinação

A idosa Odete Pessoa Silva, de 84 anos, ofereceu o braço para a técnica de enfermagem Fatima Lucia e teve a dose de reforço da vacina bivalente contra a Covid-19 aplicada. O idoso João Pereira da Silva, de 90 anos, recebeu o mesmo imunizante da enfermeira Luciana Tavares. Pouco depois foi a vez do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele teve a quinta dose de reforço aplicada pelo vice-presidente da República, o médico Geraldo Alckmin.

“Eu queria fazer um apelo a cada mãe, a cada pai, a cada avô, a cada avó, a cada adolescente, a cada criança: que a gente não acredite no negacionismo. Que a gente não acredite nas bobagens que falam por aí contra as vacinas”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Todos estavam reunidos no Centro de Saúde nº1 do Guará, no Distrito Federal, na tarde desta segunda-feira, 27/2, para o lançamento oficial do Movimento Nacional pela Vacinação. A iniciativa do Governo Federal tem como foco reconstruir a confiança nos imunizantes e retomar a cultura de vacinação no país. “Vacina é vida”, ressaltou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A mobilização envolve não só o combate à Covid-19, mas a todas as outras doenças previstas no Calendário Nacional de Vacinação.

“O gesto que estamos fazendo aqui não é apenas de dizer que agora vamos ter vacina para todas as pessoas em toda e qualquer idade e região. O mais importante é ter consciência de que o Brasil já foi campeão mundial de vacinação. O Brasil era o país mais respeitado no mundo pela capacidade, pela qualidade de nossas enfermeiras e enfermeiros de darem injeção em todo o povo brasileiro”, afirmou Lula.

 

Em 2015, o Brasil atingiu uma média de 95% de pessoas completamente imunizadas dentro do público-alvo de cada vacina do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A média caiu para 60,8% em 2021. “Por isso, eu queria fazer um apelo a cada mãe, a cada pai, a cada avô, a cada avó, a cada adolescente, a cada criança: que a gente não acredite no negacionismo. Que a gente não acredite nas bobagens que falam por aí contra as vacinas”, completou o presidente, que mostrou seu cartão carimbado com todas as doses previstas.

Nessa primeira etapa, a vacinação será para pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da Covid-19. Serão priorizados idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Cerca de 18 milhões de brasileiros fazem parte desse grupo e o Ministério da Saúde distribuiu cerca de 19 milhões de doses para todos os estados e o Distrito Federal.

SEM TERRAPLANISMO – Atento à cerimônia, o motorista aposentado Benedito Melo Oliveira já estava na fila da imunização no Guará. Aos 72 anos, ele considera a iniciativa do Governo Federal “imensamente importante”. “É isso o que precisa ser feito no nosso país, não só com relação à vacina da Covid, mas com relação a todas as vacinas. Não sou negacionista nem terraplanista, graças a Deus e à minha consciência”, afirmou.

A enfermeira Samara Lins Lopes, responsável técnica pela sala de vacina da UBS do Guará, endossou o tom. “É uma iniciativa de importância grandiosa. A gente vem de uma era de muito negacionismo em relação às vacinas. Se hoje a gente tem várias doenças erradicadas em nosso país, realmente isso ocorreu pela vacinação”, ponderou.

Depois do grupo prioritário, e com o avanço da campanha e do cronograma de entrega de doses, outros grupos serão vacinados — como as pessoas entre 60 e 69 anos, os trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas, as pessoas com deficiência permanente e a população privada de liberdade.

 

CALENDÁRIO NACIONAL — Na segunda etapa, prevista a partir de março, o reforço da vacinação contra Covid-19 será focado em toda população acima de 12 anos e para as crianças e adolescentes. Em abril, começa a terceira etapa com campanha da Influenza e, a partir de maio, a quarta etapa terá chamamento para atualização de caderneta de vacinação com as vacinas de todo o Calendário Nacional de Vacinação, com ações nas escolas de todo país.

Para atingir a meta de 90% de cobertura vacinal em todos os grupos, o Ministério da Saúde está reconstruindo a relação plena com as sociedades científicas e o diálogo com estados e municípios, em uma lógica interfederativa na tomada de decisões. Para todas as estratégias de vacinação propostas, o comprometimento e a união da sociedade serão essenciais para que as campanhas tenham efeito. O objetivo é informar a população sobre a importância, eficácia e segurança das vacinas e os riscos de adoecimento e morte das pessoas não vacinadas, além da reintrodução de vírus já erradicados no Brasil.

Com informações da Secom e do Metrópoles