HGG realiza dois novos transplantes renais

A partir de gestos de solidariedade, duas pessoas receberam rins em transplantes no dia 11 de novembro, em cirurgias realizadas no Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG, em Goiânia. Elias Santos do Bonfim, de 35 anos, e Érika Menezes da Silva, de 42 anos, receberam os órgãos doados e vão deixar de se submeter a […]

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A partir de gestos de solidariedade, duas pessoas receberam rins em transplantes no dia 11 de novembro, em cirurgias realizadas no Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG, em Goiânia. Elias Santos do Bonfim, de 35 anos, e Érika Menezes da Silva, de 42 anos, receberam os órgãos doados e vão deixar de se submeter a sessões de hemodiálise.

Os rins transplantados pertenciam a pacientes que tiveram morte encefálica e as doações dos órgãos foram autorizadas pelas famílias.

TRANSPLANTES

Elias estava à espera de um rim há sete anos. Ele contou que foi pego de surpresa com a notícia de que, finalmente, passaria pelo transplante.

“Eu tinha acabado de voltar da hemodiálise quando minha irmã me deu a notícia. Nem pensei muito e já vim para o HGG. Não senti medo em momento algum, só a ansiedade para passar logo pela cirurgia”, afirmou.

Já a empresária Érika Menezes disse que realizou uma verdadeira força-tarefa para chegar ao hospital. Moradora da cidade de São Paulo, Érika estava inscrita na lista de transplantes de Goiás havia seis meses. Ela contou que foi informada de que receberia um rim na tarde de 10 de novembro, um dia antes da cirurgia.

“Eu soube por volta das 15 horas de sexta-feira. Foi o tempo de organizar minha mala e vir”, contou. A empresária sofria com problemas renais desde 2021, quando teve complicações por causa da Covid-19. “A Covid atacou os meus rins, que não voltaram a funcionar. Fiquei internada por causa da doença e, desde então, tenho doença renal crônica”, disse.

Os dois procedimentos foram feitos pela equipe do médico cirurgião Marcus Vinicius Chalar. O médico ressalta que os procedimentos vão devolver uma vida normal aos pacientes.

“É uma cirurgia delicada, mas tudo ocorreu dentro da normalidade. Se os pacientes tomarem todas as precauções, vão poder levar uma vida normal”, afirma.

O cirurgião explicou ainda sobre a regra de doação que envolve pacientes que faleceram.

“Pela regra atual, a família sempre tem a decisão final em relação à doação. A doação não é mais presumida e, mesmo que você demonstre em vida, sua vontade de doar, a decisão final é da família”, esclareceu.

LISTA PARA TRANSPLANTES

A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.

Cada estado ou região organiza a sua própria lista e todas são monitoradas pelo sistema e outros órgãos de controle federais. A fiscalização é feita para que nenhuma pessoa conste em duas listas diferentes e que nenhuma norma legal seja desrespeitada.

Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.

COMO SER DOADOR

É importante falar com a família que deseja ser um doador de órgãos, para que, após a sua morte, os familiares possam autorizar a retirada de órgãos e tecidos e a doação. Após o diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos e tecidos.

Não é preciso registrar a intenção de ser doador em cartórios, nem informar em documentos o desejo de doar, mas sua família precisa saber sobre o seu desejo de se tornar um doador após a morte, para que possa autorizar a efetivação da doação.

Após a manifestação do desejo da família em doar os órgãos do parente, a equipe de saúde realiza outra parte da entrevista, que contempla a investigação do histórico clínico do possível doador.

A entrevista é essencial para que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos receptores e dos profissionais de saúde. Doenças crônicas como diabetes, infecções ou mesmo uso de drogas injetáveis podem acabar comprometendo o órgão que seria doado, inviabilizando o transplante.

Foto: SES