Neurologista do ING comenta os avanços e limitações do novo medicamento e esclarece expectativas para pacientes e familiares
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente um novo medicamento para o tratamento da doença de Alzheimer em fase inicial, no Brasil. O Kisunla (donanemabe), um anticorpo monoclonal, visa reduzir a acumulação de placas amiloides no cérebro, um dos principais marcadores da doença. Ele é indicado para pacientes com comprometimento cognitivo leve ou demência leve, desde que haja comprovação da patologia amiloide.
O neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia (ING), Iron Dangoni Filho, destaca que a principal demência no Brasil e no mundo é a doença de Alzheimer, que representa 60 até 70% de todos os casos.
“Os estudos mostraram resultados promissores na redução da carga amiloide cerebral e em retardar em até 35% o declínio cognitivo em fases iniciais da doença de Alzheimer. Algo importante a se pontuar é ainda o alto custo dos anticorpos monoclonais e investigar sempre o perfil de risco de efeitos adversos; ou seja, são medicações promissoras, mas são para um perfil específico de pacientes”, comemora o especialista.
Iron Dangoni observa que essa novidade tem um lado positivo e outro negativo, como todo remédio “Ela deve ser aplicada na veia e não é para todos os pacientes. Ao mesmo tempo traz muita esperança junto de uma necessidade de precaução. A primeira coisa é saber quem pode fazer essa medicação e a partir disso discutir com o paciente e seus familiares os reais riscos e os benefícios que o tratamento pode ter”, afirma.
O médico revela que existe o risco em alguns casos de complicações graves como edema e sangramento no sistema nervoso central, por isso é imprescindível que seja avaliado e prescrito por especialista com experiência na área.
Segundo ele, entre as principais hipóteses para o desenvolvimento da doença estão as teorias sobre os depósitos de proteínas, principalmente proteína tau e proteína beta amiloide, que se acumulam no cérebro anos antes mesmo do surgimento dos sintomas da doença.
“Já há comprovação que ocorra aumento de beta amiloide até 20 anos antes do início dos sintomas. Entre os principais da doença de Alzheimer destacam-se: alteração de memória, com repetições frequentes, dificuldade de nomear objetos, lembrar de nomes e reconhecer pessoas, desorientação espacial e alteração de cálculo”, frisa o neurologista.
Iron Dagnoni Filho finaliza destacando também que para o diagnóstico existem várias ferramentas: anamnese e avaliação cognitiva, exames de imagem estrutural (ressonância de crânio), exames de imagem funcional (PET e SPECT cerebral) e biomarcadores liquóricos (dosagem de proteína tau e beta amiloide), com possibilidade do uso dos biomarcadores no sangue nos próximos anos.
ING é um hospital pioneiro e referência em Neurologia
O ING destaca-se não apenas pela experiência acumulada ao longo de décadas, mas também pela infraestrutura moderna e corpo clínico altamente qualificado, que oferece uma rede completa de atendimento, desde o diagnóstico precoce até os cuidados paliativos.
O hospital conta com mais de 150 profissionais de diversas áreas da medicina, com foco especial em neurologia, psiquiatria, geriatria, neuropsicologia e fisioterapia neurológica — especialidades essenciais no cuidado integral ao paciente com Alzheimer.
Entre os destaques da estrutura oferecida pelo hospital estão o Centro de Tratamento de Epilepsia (CTE) e uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipada com tecnologia de última geração e leitos individuais.
Dispõe ainda de ferramentas de imagem avançadas e exames laboratoriais especializados que auxiliam no diagnóstico precoce e no monitoramento da evolução da doença.